Por minha mãe ser revisora em uma editora, trazia muitos livros infantis e deixava tudo bem ao nosso alcance. Então, desde cedo, olhar aquelas ilustrações coloridas e imagens, se tornou algo familiar para mim.
Minha mãe percebeu que eu tinha gosto pela arte e sempre me incentivou com materiais de desenhos e arte.
Meu pai já gostava de fotografia e tinha uma canon analógica. Com o tempo ele foi deixando eu utilizar e acabou me dando a máquina quando entrei na faculdade. Tenho ela até hoje.
Na faculdade tive dois anos de fotografia onde pude aprender e desenvolver o ofício.
Cada fotografo tem um Dom, assim como você qual seria seu diferencial entre eles?
Sinto que enxergo diferente.
Primeiramente, acho que cada ser humano é único. Se uma pessoa nasce mais loira que a outra, mais alta que o outra, mais inteligente, com sentidos mais ou menos apurados que outros… porque não pode enxergar mais cores que os outros? Não estou brincando não… as vezes acho que enxergo tudo mais colorido que muita gente. Quando alguém passa com um gorro vermelho a uma certa distância, meu olhar como que um magnetismo, é atraído pelo tom, e não só por ele, mas já identifica todo o contraste em que ele está inserido… e é aí que eu clico! (se eu gostar). As vezes é preciso alterar uma coisa ou outra para que os tons certos se combinem e a imagem ganhe mais destaque. As vezes eu tenho que me posicionar em outro ângulo para transmitir uma emoção ou que vi (e vivi) de fato.
Qual sua formação e com o que trabalha hoje?
Eu me formei em Comunicação Social com ênfase em Radialismo e Televisão, a dúvida era entre esta faculdade ou artes plásticas (morrer só de fome ou morrer, ou morrer de fome e frio?). No fim mudei de área 2 anos após me formar, migrando para Design Gráfico, o que dá para matar a sede do ímpeto criativo (de leve). O fato, é que na primeira faculdade, tínhamos aulas de fotografia 🙂 As aulas eram em câmeras analógicas, – o que se esperar a 12 anos atrás, rs. – Mas eu me amarrava. Éramos uma turma experimental. Tudo de novo que surgia no campus caia nas nossas mãos, até aquele lindo laboratório de revelação com passe livre e acesso a todos os químicos necessários para se criar uma infinidade de boas imagens. Tudo em preto e branco, para a nossa glória. Um fato curioso é que a única matéria na vida (mesmo na escola) que eu fiquei em recuperação, foi fotografia! Acreditam? Sim, porque era a única matéria que tinha uma prova escrita. O restante das disciplinas eram apenas trabalhos e eu não sou de estudar :-/ (crianças, não sigam meu exemplo). No fim, na prova de recuperação, 15 minutos antes, li a apostila e tirei 9,5 na prova (devia ter feito isso antes, né!?). Sem querer me gabar, os restantes dos trabalhos fotográficos eram todos 10 ;p
Hojei eu trabalho como desginer gráfico free lancer. A fotografia, por enquanto, ainda é um plano B e é onde eu mais me divirto e também expresso meu olhar artístico. Com o tempo, pretendo fazer cursos mais especializados para desenvolver cada vez mais esse trabalho. E também adquirir equipamentos que me permitam outras captações de imagens ainda inexploradas por mim.
Por enquanto trabalho dentro de um estilo que as pessoas têm gostado e me pedem para fazer sessões similares.
Gosto de captar a essência de um momento. Olhar para uma pessoa e descobrir a cada click um sorriso ou gesto escondido, e verdadeiro, que vem lá de dentro. Gosto de brincar com as luzes. Com as sombras e contrastes. Tento ângulos diferentes de uma mesma imagem, e assim, vou brincando e evoluindo o meu olhar. Mas é incrível como cada pessoa resulta em um trabalho diferente. Gosto mais de fotografar em ambientes externos e luz natural.
Unindo a minha experiência como designer, o trabalho de tratamento das imagens é completo! Consigo valorizar mais ainda a imagem e aproximar do que meus olhos estavam vendo naquele momento.
Tem uma outra curiosidade: tenho a memória muito curta. Ao mesmo tempo que isso é bom, e me permite esquecer as coisas chatas que acontecem comigo na vida, é bem triste, quando alguém chega e pergunta se eu lembro daquele evento tal, que tinham as pessoas X e na data Y, e é como se nunca tivesse acontecido pra mim. Bem… a fotografia também é uma forma que encontrei de registrar tudo isso e não perder nada.
Contatos
meu instagram: @clariceacunha. Mas nele, também vão encontrar algumas fotos que tiram de mim. As vezes aproveito as sessões com as amigas e peço para elas fazerem os meus clicks, depois edito para transmitir a vibe do momento. Então, este instagram tem uma certa proposta de um life style voltado para surf, skt e fotografia. Bem interessante.
Tenho um outro com algumas artes que produzo @arte_e_risco. Neste sou mais exigente: só entra arte. O fluxo de produção e postagem é menor, mas quando posto sempre tem coisa boua 🙂
site: http://claricecunha.wix.com/clariceacunha#!/cjg9
Email: clarice.cunha@gmail.com
ALGUMA FRASE OU PALAVRA QUE TE DEFINA: Cores
Beijos